O post de hoje, é mais um do Espaço Cultural, e dessa vez eu trago um conto feito por uma blogueira muito querida. Vamos conferir?
Sobre a Marina...
Marina, 21, sequestradora de cachorros de rua (para abraçá-los e brincar com eles enquanto tem tempo). Apaixonada por contos de fadas e pseuda escritora nas horas vagas, pensa que tem alguma criatividade.
Bem, na verdade eu não sou uma sequestradora em si. Eu apenas me jogo em cima de qualquer cachorro/gato que encontro pelas ruas. E estou longe de ser até mesmo uma pseudo escritora. Meu passa tempo favorito além de criar histórias é fotografar e mexer no blog. Não acredito que exista muito mais o que saber sobre mim, além de que sou apaixonada por filmes de fantasias e mangás!"
Redes sociais: Facebook: https://www.facebook.com/marina.penharver
Blog: Pássaro de inverno
Conto Criado Especialmente para o Blog
Eu e o Job estávamos voltando da escola quando decidimos passar a tarde vendo TV e comendo pipoca. Era frio, fazia menos de 5º e estávamos enrolados nas cobertas de casa.
Sempre fomos amigos, desde o ginásio. Bem, pelo menos, desde quado ele me salvou. Me lembro de uma tarde turbulenta de outono, quando eu estava ainda na 8º série. Fazia pouco frio, e todos estávamos lanchando, pois era hora do intervalo... Eu comia sozinha como sempre, pois sempre tive dificuldades de fazer amigos. Mas isso não impedia que as pessoas falassem comigo, geralmente para me insultar, claro. Mas honestamente eu nunca liguei, já estava acostumada com xingamentos porque passei o verão todo vendo a novela que era o divórcio dos meus pais. O problema, é que naquele dia as coisas pioraram pro meu lado. Quando as crianças me xingaram no intervalo, eu resolvi revidar. Sabe, eu me enchi de coragem depois de ver "as meninas super poderosas" na TV e queria testar se poderia ser forte como a Lindinha. Foi então que todos ao meu redor se calaram e ficaram me olhando espantados, como se eu fosse coisa de outro mundo. Achei que iria me livrar dos problemas aquele dia porque, finalmente eu mostrei que não merecia ser insultada. De qualquer modo, o garoto que eu xinguei de volta gritou para todos ouvirem que iria me pegar na saída, e saiu correndo. Balela. Ele só estava chateado porque a garota-escrota respondeu uma piada dele.
A aula havia acabado, então recolhi minhas coisas e saí cabisbaixa como sempre do colégio. Caminhava em passos rápidos para o ponto de ônibus porque estava faminta e queria muito almoçar. Infelizmente, não foi possível comer o macarrão com molho de tomate e salsicha fresca. Minha boca estava tão dolorida que eu não aguentava nem dar risadas. Isso porque doze garotos (isso mesmo, DOZE) que eram da minha sala, se reuniram para dar uma lição em mim. Foi uma pancadaria só, ainda mais porque um deles me segurou. Eu nem podia me defender e recebi muitos golpes no estômago... Um deles, que estava segurando uma pedra na mão, e ria descontroladamente enquanto seus amigos me batia, atacou a pedra contra meu rosto, e acertou meu olho esquerdo. Ele sangrou muito mas não o suficiente para lesionar, apenas para deixar uma singela cicatriz bem clarinha que me faz morrer de vergonha até hoje. Enfim. Durante todo o quebra pau, onde eu nem sequer conseguia gritar por falta de ar, um garoto surge com um pedaço de pau cheio de pregos e resolve acabar com a festa dos meninos malvados. Ele acertou alguns deles com tanta força que com certeza arrancou bastante sangue. Me lembro de ouvir xingamentos e ameaças por parte deles, mas o garoto herói não se abateu e disse que iria matar todos com tétano se não me deixassem em paz! Me lembro de ouvir risos, chacota e um pouco de gargalhadas. Mas nada disso amedrontou o garoto herói. Não me lembro bem como todos foram embora, porque eu estava deitada no chão, cuspindo um pouco de sangue do corte de minha boca e tentando respirar sem sentir que meu estômago iria saltar pra fora.
Mas de uma coisa eu me lembro. Do gosto da água que o menino me ofereceu depois da briga, do seu sorriso encantador e do seu corpo musculoso. Eu senti que era, porque ele me ajudou a levantar e perguntou se eu estava bem. Ainda em choque, perguntei aos berros por que ele me ajudou. E ele me respondeu ainda mais surpreso: "Você não faria o mesmo por mim?".
Desde então viramos amigos. Voltamos do colégio juntos todos os dias, lanchamos no intervalo e damos abraços apertados antes de cada um ir pra sua respectiva sala.
Eu conheço tão bem sua família quanto ele conhece a minha, e vivemos um na casa do outro.
Por isso, não é estranho imaginar que ele fique aqui na minha casa por tanto tempo, ou que tenha dormido enquanto assistimos TV e comemos pipoca.
Lá fora está frio, e o inverno me traz lembranças ruins. Isso porque foi no frio que as piores agressões contra mim ocorreram e porque foi no frio que meus pais definitivamente se separaram. Foi no frio que descobri que meu pai havia fugido com a secretária e nos deixado pra trás...
Mas também foi no frio que o garoto herói me salvou e sorriu para mim. Foi no frio que ele me emprestou seu casaco de educação física para que eu me aquecesse... Então o inverno também é o momento mais feliz do ano para mim...
─ Só você sabe como aquecer meu coração, menino herói. Eu disse, enquanto acariciava seus cabelos negros caindo na pálida testa. Juro que vi um breve sorriso aparecendo em seus lábios...
Mas eu não tenho certeza se ele sorriu para mim ou para um sonho feliz... A única certeza que eu tenho, é que meu amor por ele durará todos os invernos de minha vida.
Sempre fomos amigos, desde o ginásio. Bem, pelo menos, desde quado ele me salvou. Me lembro de uma tarde turbulenta de outono, quando eu estava ainda na 8º série. Fazia pouco frio, e todos estávamos lanchando, pois era hora do intervalo... Eu comia sozinha como sempre, pois sempre tive dificuldades de fazer amigos. Mas isso não impedia que as pessoas falassem comigo, geralmente para me insultar, claro. Mas honestamente eu nunca liguei, já estava acostumada com xingamentos porque passei o verão todo vendo a novela que era o divórcio dos meus pais. O problema, é que naquele dia as coisas pioraram pro meu lado. Quando as crianças me xingaram no intervalo, eu resolvi revidar. Sabe, eu me enchi de coragem depois de ver "as meninas super poderosas" na TV e queria testar se poderia ser forte como a Lindinha. Foi então que todos ao meu redor se calaram e ficaram me olhando espantados, como se eu fosse coisa de outro mundo. Achei que iria me livrar dos problemas aquele dia porque, finalmente eu mostrei que não merecia ser insultada. De qualquer modo, o garoto que eu xinguei de volta gritou para todos ouvirem que iria me pegar na saída, e saiu correndo. Balela. Ele só estava chateado porque a garota-escrota respondeu uma piada dele.
A aula havia acabado, então recolhi minhas coisas e saí cabisbaixa como sempre do colégio. Caminhava em passos rápidos para o ponto de ônibus porque estava faminta e queria muito almoçar. Infelizmente, não foi possível comer o macarrão com molho de tomate e salsicha fresca. Minha boca estava tão dolorida que eu não aguentava nem dar risadas. Isso porque doze garotos (isso mesmo, DOZE) que eram da minha sala, se reuniram para dar uma lição em mim. Foi uma pancadaria só, ainda mais porque um deles me segurou. Eu nem podia me defender e recebi muitos golpes no estômago... Um deles, que estava segurando uma pedra na mão, e ria descontroladamente enquanto seus amigos me batia, atacou a pedra contra meu rosto, e acertou meu olho esquerdo. Ele sangrou muito mas não o suficiente para lesionar, apenas para deixar uma singela cicatriz bem clarinha que me faz morrer de vergonha até hoje. Enfim. Durante todo o quebra pau, onde eu nem sequer conseguia gritar por falta de ar, um garoto surge com um pedaço de pau cheio de pregos e resolve acabar com a festa dos meninos malvados. Ele acertou alguns deles com tanta força que com certeza arrancou bastante sangue. Me lembro de ouvir xingamentos e ameaças por parte deles, mas o garoto herói não se abateu e disse que iria matar todos com tétano se não me deixassem em paz! Me lembro de ouvir risos, chacota e um pouco de gargalhadas. Mas nada disso amedrontou o garoto herói. Não me lembro bem como todos foram embora, porque eu estava deitada no chão, cuspindo um pouco de sangue do corte de minha boca e tentando respirar sem sentir que meu estômago iria saltar pra fora.
Mas de uma coisa eu me lembro. Do gosto da água que o menino me ofereceu depois da briga, do seu sorriso encantador e do seu corpo musculoso. Eu senti que era, porque ele me ajudou a levantar e perguntou se eu estava bem. Ainda em choque, perguntei aos berros por que ele me ajudou. E ele me respondeu ainda mais surpreso: "Você não faria o mesmo por mim?".
Desde então viramos amigos. Voltamos do colégio juntos todos os dias, lanchamos no intervalo e damos abraços apertados antes de cada um ir pra sua respectiva sala.
Eu conheço tão bem sua família quanto ele conhece a minha, e vivemos um na casa do outro.
Por isso, não é estranho imaginar que ele fique aqui na minha casa por tanto tempo, ou que tenha dormido enquanto assistimos TV e comemos pipoca.
Lá fora está frio, e o inverno me traz lembranças ruins. Isso porque foi no frio que as piores agressões contra mim ocorreram e porque foi no frio que meus pais definitivamente se separaram. Foi no frio que descobri que meu pai havia fugido com a secretária e nos deixado pra trás...
Mas também foi no frio que o garoto herói me salvou e sorriu para mim. Foi no frio que ele me emprestou seu casaco de educação física para que eu me aquecesse... Então o inverno também é o momento mais feliz do ano para mim...
─ Só você sabe como aquecer meu coração, menino herói. Eu disse, enquanto acariciava seus cabelos negros caindo na pálida testa. Juro que vi um breve sorriso aparecendo em seus lábios...
Mas eu não tenho certeza se ele sorriu para mim ou para um sonho feliz... A única certeza que eu tenho, é que meu amor por ele durará todos os invernos de minha vida.
E ai gostaram? Eu adorei, muito obrigada Marina por participar.
Um big beijo, e até o próximo post. Com a última parte do mural dos namorados.
Que conto lindo, me identifiquei muito, na sexta série um garoto me bateu na saída da escola e um garoto me ajudou, mudei de escola naquele ano e não tive mais contato com aquele garoto, nem me lembro o nome dele, o meu garoto herói foi esquecido no tempo, mas depois de ler esse conto me trouxe más e boas lembranças, lindo texto.
ResponderExcluirBeijos
http://comovejoomundo-br.blogspot.com.br/
Josi, que legal que gostou do texto, e uma pena que tenha passado por uma situação triste assim. Mas são nesses momentos que vemos que ainda existem pessoas boas e que estão prontas a nos ajudar, mesmo que depois não a vejamos mais. Beijos minha linda.
ExcluirFlorzinha,
ResponderExcluirAmei seu bloguinho!!!
Bjim freskinho
Miry Rodrigues
Blog: http://freskurinhasdemiry.blogspot.com.br/
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YouTube: https://www.youtube.com/user/Miry517
Twitter: @FreskurinhasdeM
Insta: @FreskurinhasdeMiry
Oie amore, que bom que gostou =)!!Beijos lindona.
ExcluirNão sei o que é mais difícil, falar sobre o post ou falar sobre a Sabrina. Gente, eu fico encantada com essa bondade, esse prazer em mostrar ao mundo o que há em outras pessoas, o talento de outras pessoas. Saaah, minha lindona, parabéns pelo blog e pelo o que você é. Beijos ♥
ResponderExcluirwww.escritoraentre4paredes.com
Oie Bruna, muito obrigada mesmo pelas palavras. A cada post que faço para esse projeto cultural, me deixa emocionada de ver quantos talentos maravilhosos existem. Obrigada por estar sempre acompanhando. Beijos amore.
ExcluirNossa que conto simplesmente lindo e emocionante,adoro ler essas histórias que foram real e você Sabrina esta de parabéns em mostrar através do seu blog coisas lindas assim <3
ResponderExcluirBeijos linda
http://nadadecontodefadas.blogspot.com.br/
Oie Amiga, que bom que gostou =). Estou esperando para fazer um post seu também viu, eu amo seus desenhos *-*. Beijos lindona.
ExcluirOie, tudo bem?
ResponderExcluirNossa que conto diferente! Horrível ver que acontece isso com pessoas na vida real como a pessoa que comentou acima! Mas o conto foi ótimo!
beijos
www.izabellagrimaldi.com
Oie Lindona, realmente, é triste ver que coisas assim continuam acontecendo, mas que bom que temos agora uma forma de nos expressarmos para aliviar a dor. Que bom que gostou do conto =). Beijos lindona.
ExcluirAmiga, amei seu conto, achei muito triste , mas os seres humanos são assim mesmo...eles excluem as pessoas dos grupos e quando não fazem parte do que a sociedade padroniza como normal, são capazes de coisas atrozes como o que aconteceu.
ResponderExcluirVivemos numa guerra interior e exterior, gostei muito do conto, é a realidade dos dias de hoje!
Bravo!!!!
bjus
http://www.elianedelacerda.com
Oie lindona, que bom que gostou, mas o conto não é meu não e da Marina. Mas concordo com você, os seres humanos são cruéis escolhendo em grupos desnecessários. Beijos minha linda.
ExcluirAi que conto lindo! Adorei!
ResponderExcluirMe assustei quando li que ela era sequestradora de cachorros, o alívio veio logo depois de ver que era pra brigar com eles. Ufa!
Xerim :)
http://www.trilouca.com/
Fan Page Blog Trilouca
Oiiee Linda, que bom que gostou do conto *-*.
ExcluirBeijos e volte sempre.
Bem forte né? Gostei muito.
ResponderExcluirBeijos
http://diadespa.blogspot.com.br/
Oie Lindona, que bom que gostou =)!Beijokas.
ExcluirMuito lindo e emocionante!
ResponderExcluirBeijos Jéssica R. Coelho
Eu também achei, beijo lindona.
ExcluirAwwwwn!! Lindo, emocionante, e bem forte Sabrina eu adorei a história eu amo histórias de amor sempre me emociono :'') Muito lindo bjjjs ♥
ResponderExcluirhttp://todadivosamakeup.blogspot.com.br/
Eu também sempre amo histórias de amor, beijos lindona!
ExcluirQue lindooooooo, amei !
ResponderExcluirestou seguindo e curtindo a pagina do blog .
... um super beijo <3
www.andressamonteiro.com
Que bom que gostou linda, beijokas!
ExcluirQue conto lindo! Gostei muito mesmo...
ResponderExcluirOie, Que bom que gostou =)!!Super beijo!!
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